LEITURAS DE EUGÉNIO DE ANDRADE III
169.º ENCONTRO
1923-2005 Centenário de nascimento
Selecção de Maria José Areal
Tu eras neve.
Branca neve acariciada.
Lágrima e jasmim
no limiar da madrugada.
Tu eras água.
Água do mar se te beijava.
Alta torre, alma, navio,
adeus que não começa nem acaba.
Eras fruto
nos meus dedos a tremer.
Podíamos cantar
ou voar, podíamos morrer.
Mas do nome
que maio decorou,
nem a cor
nem o gosto me ficou.
Eugénio de Andrade, POESIA – “CANÇÃO”, pág. 82 – 2000, Fundação Eugénio de Andrade
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