LEITURAS DE LAURINDA ALVES XXV
MATAR O SOFRIMENTO?
236.º ENCONTRO
Seleção de Maria José Areal
MATAR O SOFRIMENTO?
Posto isto e tudo aquilo que tem vindo a ser debatido publicamente a propósito das conclusões de um estudo feito por um investigador da Unidade de Cuidados Paliativos do Instituto de Oncologia do Porto, que revela que 24% dos médicos oncologistas faria eutanásia, pergunto a quem interessa o debate sistemático e forçado da eutanásia numa sociedade que precisa fazer muito trabalho e investir muito dinheiro para melhorar a qualidade de vida das pessoas antes de apostar em lhes dar um fim aparentemente rápido e asséptico?
A eutanásia é e será sempre uma forma de matar o sofrimento, matando quem sofre. Pode resolver a questão desta ou daquela pessoa em particular, e será sempre uma medida de excepção que não resolve a grande questão do sofrimento terminal – essa, sim! – merecedora de aprofundamento e debate no sentido de encontrar soluções menos radicais. Mais humanas e humanizantes, lá está.
Ora, o que todos sabemos, por ciência e por experiência das unidades de cuidados paliativos que se multiplicam num mundo cada vez mais consciente do seu valor essencial, é que há outras maneiras de resolver a dolorosa questão do sofrimento físico, moral e emocional.
Pergunto a quem interessa realmente discutir uma solução que é universalmente aceite como situação de excepção, em vez de discutir a situação de milhares de doentes e suas famílias, que não querem sofrer, mas também não querem morrer sem ser por morte natural?
Porque se trata de uma questão fracturante, delicada e povoada de mistérios e inquietações, proponho que em vez de começarmos pelo fim, a debater a eutanásia, comecemos por um verdadeiro debate sobre a dignidade no fim da vida. Um debate esclarecedor e transformador.
…
LAURINDA ALVES, Coisas da Vida – Histórias de Pessoas com luz, Grupo 2, A SUBSTÂNCIA DA VIDA – “Matar o sofrimento”, págs. 83/84, 1.ª Ed, 2009, Oficina do Livro – Sociedade Editorial, Lda.
Seleção de Maria José Areal
Posto isto e tudo aquilo que tem vindo a ser debatido publicamente a propósito das conclusões de um estudo feito por um investigador da Unidade de Cuidados Paliativos do Instituto de Oncologia do Porto, que revela que 24% dos médicos oncologistas faria eutanásia, pergunto a quem interessa o debate sistemático e forçado da eutanásia numa sociedade que precisa fazer muito trabalho e investir muito dinheiro para melhorar a qualidade de vida das pessoas antes de apostar em lhes dar um fim aparentemente rápido e asséptico?
A eutanásia é e será sempre uma forma de matar o sofrimento, matando quem sofre. Pode resolver a questão desta ou daquela pessoa em particular, e será sempre uma medida de excepção que não resolve a grande questão do sofrimento terminal – essa, sim! – merecedora de aprofundamento e debate no sentido de encontrar soluções menos radicais. Mais humanas e humanizantes, lá está.
Ora, o que todos sabemos, por ciência e por experiência das unidades de cuidados paliativos que se multiplicam num mundo cada vez mais consciente do seu valor essencial, é que há outras maneiras de resolver a dolorosa questão do sofrimento físico, moral e emocional.
Pergunto a quem interessa realmente discutir uma solução que é universalmente aceite como situação de excepção, em vez de discutir a situação de milhares de doentes e suas famílias, que não querem sofrer, mas também não querem morrer sem ser por morte natural?
Porque se trata de uma questão fracturante, delicada e povoada de mistérios e inquietações, proponho que em vez de começarmos pelo fim, a debater a eutanásia, comecemos por um verdadeiro debate sobre a dignidade no fim da vida. Um debate esclarecedor e transformador.
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LAURINDA ALVES, Coisas da Vida – Histórias de Pessoas com luz, Grupo 2, A SUBSTÂNCIA DA VIDA – “Matar o sofrimento”, págs. 83/84, 1.ª Ed, 2009, Oficina do Livro – Sociedade Editorial, Lda.
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