🎄Cancioneiro de Natal 16 🎄 A Magia da Música no Natal
AS JANEIRAS
Em algumas localidades do norte os cantos do Natal começam apenas na véspera de Anno Bom, e são propriamente as «janeiras».
Grupos populares percorrem as ruas, de porta em porta, a dar as boas-festas. Quasi sempre os instrumentos músicos de que se servem, para acompanhar a cantinela, não lisonjeiam grandemente o ouvido, nem pela sua mesma sonoridade, nem pela competencia de quem os toca.
(…)
Mas entre famílias burguesas conserva-se ainda o costume de se odsequiarem mutuamente, por ligações de amizade, com serenatas de boas-festas.
(…)
As janeiras não se cantam
Nem aos reis, nem aos coroados,
Mas nós vimo-las cantar
Por ser annos melhorados.
Gosae sim, senhores, sempre
Mil prazeres venturosos,
Que os bons annos principiem
A fazer-vos mais ditosos.
Os bons anos só se cantam
A quem contra o tempo rude,
Como vós, numéra os passos
Pelos passos da virtude.
Bons annos, felizes annos
Aqui vos vimos cantar:
Se o céo cumprir nossos votos,
Muitos haveis de contar.
Vou deitar as despedidas,
A todos peço perdão
Para ir a outra parte
Decantar a oração
Vou deitar as despedidas,
Quero deitar e não posso:
Tenho o meu coração preso
Com fios de ouro ao vosso.
Vou deitar as despedidas
Por cima d’uma cebola:
Viva o patrão d’esta casa
E mais a sua senhora.
In: Pinmentel, Alberto, “As alegres canções do norte”, 1905. pags. 256, 258-260
AS JANEIRAS
Em algumas localidades do norte os cantos do Natal começam apenas na véspera de Anno Bom, e são propriamente as «janeiras».
Grupos populares percorrem as ruas, de porta em porta, a dar as boas-festas. Quasi sempre os instrumentos músicos de que se servem, para acompanhar a cantinela, não lisonjeiam grandemente o ouvido, nem pela sua mesma sonoridade, nem pela competencia de quem os toca.
(…)
Mas entre famílias burguesas conserva-se ainda o costume de se odsequiarem mutuamente, por ligações de amizade, com serenatas de boas-festas.
(…)
As janeiras não se cantam
Nem aos reis, nem aos coroados,
Mas nós vimo-las cantar
Por ser annos melhorados.
Gosae sim, senhores, sempre
Mil prazeres venturosos,
Que os bons annos principiem
A fazer-vos mais ditosos.
Os bons anos só se cantam
A quem contra o tempo rude,
Como vós, numéra os passos
Pelos passos da virtude.
Bons annos, felizes annos
Aqui vos vimos cantar:
Se o céo cumprir nossos votos,
Muitos haveis de contar.
Vou deitar as despedidas,
A todos peço perdão
Para ir a outra parte
Decantar a oração
Vou deitar as despedidas,
Quero deitar e não posso:
Tenho o meu coração preso
Com fios de ouro ao vosso.
Vou deitar as despedidas
Por cima d’uma cebola:
Viva o patrão d’esta casa
E mais a sua senhora.
In: Pinmentel, Alberto, “As alegres canções do norte”, 1905. pags. 256, 258-260
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