LEITURAS DE IRENE LISBOA XVII
211.º ENCONTRO
Selecção de Maria José Areal
Os medos remotos, primitivos, de mostrar quem somos
prendem-se com o medo de sermos rejeitados
pelos outros. O problema é que facilmente ficamos
reféns destes medos.
Ninguém gosta de se sentir uma fraude ou de viver permanentemente na mentira, mas os medos que nos assaltam parecem tão invencíveis que acabamos por nos defender, atacando. Mentindo, escondendo, omitindo, iludindo e dissimulando.
Procurar refúgio num jogo de máscaras, ou numa troca de papéis permanente, é uma tendência universal. Todos somos capazes de o fazer.
O lado perverso deste tipo de mentira é a certeza de que estes jogos destroem o conhecimento próprio e minam a possibilidade de uma comunicação honesta com os outros. A verdade deixa de estar presente nas relações e, fatalmente, ficamos menores.
LAURINDA ALVES – “Eu, tu e os outros” – ideias para a vida com mais sentido, Cap. 8, pág. 59 – 2003/2018, ed. Clube do Autor. S. A.
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