Poesia de Maria José Areal "Assim me deito, assim me levanto"




No dia 3 de Dezembro de 2017, no auditório da Biblioteca Municipal de Vila Nova de Cerveira foi apresentado o último livro de Maria José Areal, uma edição de autor com ilustração de capa do artista plástico Henrique do Vale.

A tarde de Domingo, toda ela envolta em Poesia, embalada aos sons da guitarra da jovem Bárbara Lima e reflectida com as sábias palavras de Fernando Melim, que nos fez uma belíssima  apresentação da Poesia de Maria José Areal no contexto da arte de escrever e viver a Poesia.

Ouvimos alguns dos poemas pelas vozes de Maria Pacheco, Blandina Ruivo, António Costa Pereira e alunos do Clube de leitura "Livro Aberto" da Universidade Sénior de Caminha.
Terminamos com a música ao piano de Cíntia Pereira, responsável pela Associação Pauta de Caprichos de Vila Nova de Cerveira.

A Biblioteca Municipal de Vila Nova de Cerveira agradece à autora a honra de apresentar esta obra na nossa biblioteca.

Começa assim...

 Vontade de Ser

Erguemo-nos cada dia olhando e vendo
O que nos insere e nos ajusta na vida.
Vive-se radicalizando o apego
A cada divisão da jornada
Procura, quase insana no advento da noite.
Noite promissora de descanso
Que não cansa no saboreio da cama lavada,
Do lençol estendido numa proliferação de emoções
Ancestrais, sabidas.
Meras espectadoras as estrelas em concílio,
Vaticinam e determinam o modelo
No encontro dos corpos carentes
Fundindo e decalcando rituais acasalados
Em linguagens universais.
Corpos no desencontro, almas luzentes
Em trânsito constante
Nunca submersas no seu inigualável grito
Que se solta e vai
Almas discursivas em livro aberto
Em apelos exclamativos num eixo cruzado, agitado
Sem pausas nem sossegos.
Donos desta natureza quase tribal
Cruzam-se discursos corporais, deleitosos, inquietantes
Promissores na continuidade demoníaca, angelical,
No levantar de cada dia, vontade de ser.












































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