A comunidade de leitores com Sophia de Mello Breyner Andresen no Porto...


Iniciamos as actividades da Comunidade de Leitores da Biblioteca Municipal de Vila Nova de Cerveira ontem, dia 11 de Setembro, com uma das actividades de extensão cultural que haviamos previsto realizar este "ano lectivo". Após a já habitual pausa de Verão, regressamos com uma visita à cidade do Porto, tendo como itinerário fundamental as Leituras de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Neste sentido, visitamos o Jardim Botânico do Porto, na quinta que havia sido propriedade dos avós da escritora, cuja casa de mantém, hoje conhecida por Casa Andresen.
Foi neste espaço que a escritora Sophia de Mello Breyner Andresen passou muitos momentos da sua infância, onde podemos encontrar a escultura que lhe serviu de inspiração para escrever a história "O rapaz de bronze, com jardins temáticos e imensos espaços de uma beleza natural mágica... descobrimos que as suas vivências na quinta foram partilhadas com o primo Rubem A., também ele um ilustre nome da literatura portuguesa.
Um itinerário que começou com a leitura de alguns poemas de Sophia, ainda em viagem, lidos pela Profª. Maria José Areal, responsável pela orientação da leitura desta comunidade e dos clubes de leitura da Universidade Sénior de  Caminha e do Centro de Cultura de Campos, que tivemos o gosto de reunir num grupo de pessoas que se sentem cada vez mais próximas da escrita de Sophia de Mello Breyner Andresen.

A visita ao Jardim Botânico, no seu aspecto literário, histórico e botânico, foi enriquecido pela visita ao edifício da Cadeia da Relação, local onde o escritor Camilo Castelo Branco ocupou o quarto de São João (1860) enquanto Ana Plácido recolhia ao pavilhão das mulheres, ambos acusados de adultério. Uma forma de relembrar aspectos da vida e obra deste autor e de conhecer um edifício de referência da história do Porto, que alberta actualmente o Centro Português de Fotografia

 

 O pavilhão das Mulheres na antiga Cadeia da Relação


O quarto São João, onde permaneceu o escritor Camilo Castelo Branco




O Jardim da Cordoaria, em frente ao edifício da Cadeia da Relação


Para concluir este dia, nada melhor do que uma visita à Feira do Livro do Porto, a decorrer nos jardins do Palácio de Cristal, com a participação de numerosas editoras. Apesar de alguma chuva de Verão, também tivemos oportunidade de conhecer o stand da Livraria Lumière, da nossa amiga Cláudia, alfarrabista na cidade do Porto, que se juntou neste dia à Comunidades de Leitores. Aproveitamos para agradecer o apoio que nos proporcionou quando precisamos iniciar o contacto com os serviços do Jardim Botânico.



A cidade de Gaia e o Rio Douro contemplados desde os jardins do Palácio de Cristal


Terminamos com o Pôr do Sol em Vila Nova de Cerveira


Para ver em imagens | Uma reportagem fotográfica de José Ferreira

Este foi  mais um dia dedicado aos escritores portugueses que nos legaram o poder da palavra, a riqueza da literatura, ela própria um meio precioso de descoberta de cada um de nós e dos outros, da vida e do mundo.
Bem hajam todos os que participaram nesta iniciativa e a nossa gratidão à orientadora da leitura Maria José Areal, que tem dedicado voluntariamente o seu tempo e saber ao serviço desta biblioteca e de todos os que se têm aproximado da leitura através da Comunidade de Leitores - Chá com Letras.

Este ano os encontram passarão a acontecer às quarta-feiras das 16h às 17h30

Basta aparecer na Biblioteca Municipal de Vila Nova de Cerveira!

Comentários

  1. Assim, e deste modo, se iniciou mais uma temporada do "Chá com Letras".
    Para nós não podia acontecer de melhor jeito. O Encontro de cada um de nós com o outro e com todos, o saber partilhado, e o visitar os espaços dos nossos mais queridos escritores portugueses.
    Da Sophia, nossa poetisa de eleição, queríamos encontrar a terra que pisou, as árvores que lhe serviram de sombra e de inspiração, o banco onde projectou os sonhos que a moveram e respirar o ar que lhe tornavam as palavras aladas, soltas e fecundas. Saber do Rapaz de Bronze, seu primeiro livro Infantil e visualizar a magia das festas que aconteciam na casa Anderson, bem patentes em toda a sua dimensão, social e humano, no conto "Jantar do Bispo".
    Depois, passar pala Cadeia da relação era marcar encontro do Camilo Castelo Branco e recordar a sua obra (imensa) e saber que naquela ano e 15/12 dias que lá esteve preso, pensou, analisou e escreveu "Amor de Perdição", Memórias do cárcere" e outras.
    Estivemos com ambos. Sentimos a sua presença e ficámos todos mais ricos, mais motivados e mais cheios de nós como portugueses que somos.
    Agradecer estes momentos, sem dúvida. A todos quantos nos acompanharam, àqueles que de uma forma ou de outra tiveram um papel mais activo e relevante na organização e execução do acontecimento.
    Mesmo que a nossa vontade seja a maior e mais motivadora, sem a vontade dos leitores e e a aceitação das nossas propostas, o Comunidade de Leitores e os Clubes de Leitura não seriam o que são: Activos, actuantes, participativos...
    Por tudo o dito, só posso aplaudir e desejar a sua continuidade, deste modo e deste jeito.
    Obrigada,
    Maria José Areal

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  2. Acabamos no Palácio de Cristal, onde acontece a feira do Livro.
    Assim o escolhemos por duas razões que nos sobram: Feira do Livro para Comunidade de Leitores e Clubes de Leitura, só pode fazer sentido.
    depois, queríamos visitar a biblioteca Almeida Garret e tomar lá o nosso café. E finalmente, agradecer à Cláudia, alfarrabista, dona da Livraria Lumière e minha amiga muito especial a sua colaboração neste nosso ida ao Jardim Botânico (encontro com a Sophia de Mello Breyner Anderson e seu primo Ruben A.
    A chuva caía, mas não demovia a nossa vontade de caminhar por estre "tendas" de livros e mais livros.
    Alguém comprou, alguém sondou, e outros olharam e verificaram que os livros são sujeitos mágicos, capazes de nos fazer sonhar, mesmo acordados.
    Um abraço para a Cláudia e êxitos para a Feira.
    Obrigada a todos vós.
    Maria José Areal

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  3. Uma cidade desconhecida, mesmo tendo lá vivido quase 40 anos.
    São tantos os cantinhos ainda por descobrir.
    Grato pelo convite e pela possibilidade de descobrir e captar lugares onde se fez história.
    Creio que as imagens desta vez, falam melhor do que as algumas palavras que por aqui possa colocar.
    Parabéns por mais esta brilhante deslocação.
    JF

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